Cultura do estupro
Cultura do estupro
Sumário
Cultura do estupro
O que um pequeno e pobre país pode ensinar
ao Brasil sobre a cultura de estupro
Primeiras atitudes muitas e muitas vezes tomadas ao longo da história ao se conquistar uma cidade em uma batalha: matar os homens em idade de combate, escravizar velhos, crianças e mulheres em idade útil de trabalho, pilhar as riquezas e estuprar aos montes. Justamente por ser um clichê de guerra, o estupro é algo muito mais ligado à demonstração de poder e humilhação do que à satisfação de necessidades carnais mal administradas.
O guerreiro de um império expansionista não estupra a camponesa de uma aldeia recém-devastada porque está, necessariamente, na seca há muito tempo, mas porque precisa mostrar quem é que manda. Na guerra, estupro é arma para conseguir informação, para torturar, para se impor.
Alguns povos sofreram especialmente com isso. É o caso da Bósnia. País com área equivalente à do Rio Grande do Norte (51 mil quilômetros quadrados), população do Espírito Santo (3,8 milhões) e IDH um pouco inferior ao do Brasil (0,75 x 0,73), a Bósnia é o país europeu mais comumente associado a conflitos armados.
Falou “Bósnia”, pensou “guerra” – e não é à toa. Ponto de partida da Primeira Guerra Mundial, em 1914, ela foi o epicentro de um conflito com ampla cobertura midiática 80 anos depois,
quando as repúblicas que constituíam a antiga Iugoslávia enfrentaram uma traumática separação. Séculos de ocupação otomana, décadas de domínio austro-húngaro e significativas populações croatas e sérvias fizeram da Bósnia um dos país mais multiculturais da Europa. Mas se diversidade é uma coisa bonita de se ver em tempos de paz, ela pode ser uma bomba-relógio se o clima esquenta.
CAMPOS DE ESTUPRO
Grupos bósnios pró-Sérvia (cristãos ortodoxos, historicamente ligados à Rússia) se engalfinharam com os bósnios muçulmanos e com grupos bósnios pró-Croácia (cristãos católicos, do time do Ocidente).
Cada qual lutando por seu naco, com os muçulmanos no meio e a Croácia e Sérvia nas bordas. Croatas e muçulmanos se aliaram em determinado momento, mas, entre 1992 e 1995, o país foi destroçado por ambos os lados, a região teve algo entre 100 e 200 mil mortos e 2,5 milhões de refugiados.
Os campos de estupro foram uma marca do conflito. Todas as partes cometeram violência sexual, mas nenhum com mais afinco que os bósnio-sérvios contra as muçulmanas. Estima-se que até 60 mil mulheres foram estupradas, em um claro comportamento de limpeza étnica. Muitas que engravidavam eram forçadas a ter os filhos e “povoar essa terra sérvia, que deve ser habitada somente por sérvios”. Estupravam mulheres à luz do dia, na rua ou em suas casas, na frente dos maridos e filhos, que ficavam na mira do revólver.
Os relatos, horrendos, são numerosos. Jasmina tinha 19 anos e sonhava em ser economista. E então os sérvios chegaram a sua cidade, Bijeljina, nordeste da Bósnia: “Minha mãe simplesmente desapareceu. Nunca soube o que aconteceu. Então começaram a me torturar. Perdi a consciência. Quando acordei, estava nua e coberta de sangue, e minha cunhada também, nua, coberta de sangue. Sabia que fui estuprada, assim como ela.”
Frequentemente, essas mulheres eram abandonadas pelos maridos (ou elas mesmas deixavam o lar, por sentir vergonha e humilhação). A guerra acaba, mas o trauma persiste. Muitas eram forçadas a voltar ao mesmo bairro habitado por aqueles que a violentaram.
Muito do que essas pessoas passaram veio a público, chocando o mundo. O tribunal internacional que julgou os atos da Guerra da Iugoslávia foi o primeiro a considerar o estupro um crime contra humanidade. Mas, lá, assim como aqui, o processo é lento. Muitas mulheres já estão perdendo as esperanças de ver a justiça feita. Apenas poucas dezenas de casos foram julgados até hoje.
Fonte de consulta: https://super.abril.com.br/coluna/contaoutra/o-que-um-pequeno-e-pobre-pais-pode-ensinar-ao-brasil-sobre-a-cultura-de-estupro/
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